Na postagem anterior sobre tipologia textual, vimos que as sequências composicionais expressam os objetivos sociocomunicativos do autor. vimos também a diferença entre narrar e descrever. hoje vamos analisar mais dois tipos textuais:o expositivo e o argumentativo ou opinativo.
Observe os dois textos sobre o mesmo tema:
TEXTO 1
O culto à beleza corporal vem da Grécia Antiga. Artistas como Fídias (490-430 a.C.) usavam o cinzel e a pedra para criar obras-primas como a escultura da deusa Atena. A beleza, na Grécia, era vista como reflexo da simetria. "O belo surge, pouco a pouco, de muitos números", afirmava Policleto de Argos (480-420 a.C.), um dos mais notáveis escultores gregos. "A beleza não consiste nos elementos, mas na harmoniosa proporção das partes; de um dedo a outro; de todos os dedos ao resto da mão; de cada parte a outra", dizia Galeno (131-210 d.C.), um dos pais da medicina romana. A ideia de beleza corporal como simetria, da Antiguidade clássica, atravessou a Idade Média. Santo Agostinho (354-430) definia beleza como "a proporção entre as partes acompanhada de certa doçura de colorido". Essa ideia chegou à Renascença e pode-se dizer que continua valendo até hoje. (Revista Época)
TEXTO 2
A realidade tem se mostrado cada vez mais estereotipada. A liberdade de ser quem se é tem sido comprometida por padrões estéticos que "selecionam os mais aptos". O cumprimento desses padrões deixa implícita a necessidade de participação e inclusão na sociedade. Logo, a busca pelo corpo perfeito não é questão de bem-estar pessoal, vai além. É a ilusória recompensa de ser o melhor, não para si, mas para o outro. No século da ditadura da magreza e dos padrões arianos de estética, o espelho social está sempre a distorcer a imagem refletida, ocasionando a insatisfação de si e a obsessão por uma errônea perfeição. Bem-vindo à era do corpo como embalagem. ( Giovanna Betine)
No texto 1, o autor apenas teve a preocupação de transmitir para o leitor dados (no caso, histórico) a respeito do seu referente - o culto a beleza, eximindo-se da apresentação de seu ponto de vista. Com isso, percebe-se que seu objetivo sociocomunicativo foi ampliar o conhecimento do leitor através da transmissão de saberes. Trata-se, portanto, de um texto do tipo EXPOSITIVO.Usamos esse tipo de discurso para esclarecer um conceito, apresentar um problema e suas possibilidades de solução, analisar diferentes explicações e implicações de um fenômeno. O contrato comunicativo do discurso expositivo se baseia no valor de verdade e na validade das explicações apresentadas, considerando o mundo “real” compartilhado pelos interlocutores. As sequências expositivas estão presentes em textos científicos e didáticos, bulas, notícias jornalísticas, verbetes de enciclopédias, monografias, seminário.
Já no texto 2, a autora apresenta seu ponto de vista acerca do tema, estabelece um juízo de valor (A liberdade de ser quem se é tem sido comprometida por padrões estéticos que "selecionam os mais aptos"). Assim, pode-se afirmar que o objetivo sociocomunicativo da autora foi defender uma opinião, através de argumentos. Trata-se, portanto, de um texto do tipo ARGUMENTATIVO. Argumentar é tornar algo verossímil, a partir da lógica interna do próprio discurso. Daí a necessidade de construir, na linguagem e pela linguagem, o “efeito de verdade”, que depende da organização do discurso e do uso de provas e estratégias eficazes para convencer o interlocutor. Diferentes gêneros de textos do domínio jornalístico (cartas de leitor, artigos de opinião, editoriais, charges, cartuns), jurídico, político, filosófico, religioso, didático (dissertação de vestibular), acadêmico (debate,tese, por exemplo, publicitário fazem uso do discurso argumentativo.
Ei vllw me ajudo muito na prova HEHE :D
ResponderExcluirValew fera! Muito facil de aprender desta forma.
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