Em outras edições do vestibular, a COVEST ofereceu questões que abordavam aspectos referentes às variações e níveis da linguagem, o que pode acontecer nesta edição. Os candidatos foram levados a discutir conceitos como adequação linguística, interlocução, normatividade gramatical.
O primeiro cuidado que o fera deve ter, nessas questões, é o de não estabelecer comentários que possam ser considerados manifestações de preconceito linguístico. Para isso, evite julgamentos sobre usos linguísticos baseados em conceitos de certo e errado, a menos que você seja convocado a avaliar o emprego das regras gramaticas. Caso não seja esse o propósito da questão, prefira utilizar o conceito de adequação linguística, que consiste em sintonizar o uso que se faz da língua com o tipo de situação comunicativa, a relação de hierarquia entre os usuários, o perfil (idade, escolaridade) dos interlocutores, o gênero textual. Se não há essa sintonia, o uso torna-se inadequado. Há quem compare tudo isso ao ato de escolher uma roupa para as várias situações do cotidiano: ninguém coloca um terno para ir à praia.
É válido também lembrar que cada comunidade tem sua própria forma de se expressar. No Brasil, por exemplo, cada região tem sua maneira de usar a língua. Um carioca fala diferente do pernambucano, que fala diferente do gaúcho, e assim por diante. Não há uma variante linguística melhor que a outra, todas são igualmente importantes e representativas da cultura das comunidades que as falam. A norma padrão, chamada erroneamente de norma culta,não pode ser considerada como sinônimo de língua certa. Essa variante é apenas a de maior prestígio social e a que é comumente utilizada nas esferas oficiais. Por isso, quando rimos de um caipira que fala “a gente truxemos uma novidarde procê”, estamos agindo com preconceito linguístico, pois julgamos nossa forma de usar a língua superior a do outro. Cada povo não só pode, como deve, preservar sua forma de se comunicar dentro de sua comunidade, pois essa fala o representa, ela é parte determinante do que se é.
Veja algumas questões da COVEST sobre o tema:
(COVEST – 2010) “De fato, há certa tensão entre as regras das gramáticas prescritivas e os usos que nós, falantes, fazemos da nossa língua; e não é raro que esses usos vão de encontro às regras preestabelecidas. Mas uma coisa é certa: na concorrência entre essas regras e os usos, são estes que acabam por prevalecer”. Isso pode ser visto em relação, por exemplo, à regência do verbo ‘assistir’.
Apresente um outro exemplo que demonstre a tensão a que o texto se refere e, a partir daí, posicione-se – em um comentário de 5 linhas – quanto à validade e à relevância das idéias apresentadas nesse trecho.
(COVEST- 2009) Analise os dois quadrinhos da tira abaixo:
![]() |
Clique na imagem para ampliar. |
0 comentários:
Postar um comentário