Chega de dúvida!

Está na hora de aprender, basta estar disposto!

Que vexame!

Saber ortografia pode te livrar de cada uma...

Afogaram o coitado!

Você sabe a diferença entre "mas" e "mais"?

Bastante/Bastantes

Está na hora de aprender Bastante para ficar esperto!

Quando colocá-la?

Uma série de artigos para nunca mais cometer aquele errinho...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Regras práticas do uso da CRASE - Parte 1.

Uma das maiores dificuldades dos usuários da Língua Portuguesa está no uso da CRASE. Alguns amigos visitantes do blog sugeriram que fossem apresentadas algumas regras práticas de uso. Para não se tornar cansativo, irei tratar do tema em algumas postagens.
A crase indica a fusão da preposição a com o artigo a.
a preposição + as artigo = CRASE

Desta forma, não existe crase antes de palavra masculina.


Vou a pé para o trabalho. 
O patrão entregou a carta a Paulo.

Sujeito a guincho.

Existe uma única exceção (sei que alguns vão dizer: lá vêm as chatas das exceções): usaremos crase quando subentendemos uma palavra feminina (moda, revista, maneira, loja).

A atriz concedeu entrevista à Playboy.(revista)

Dirigiu-se à Adroaldo Tapetes. (loja)

Vamos às regras práticas:

1. Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por um termo masculino. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, existe crase, do contrário, não.
Diga não ÀS drogas / Diga não AO álcool.
No caso de nomes de lugar, substitua o A por PARA. Se o certo for PARA A, use crase.
Foi À Venezuela.(Foi para a Venezuela)
Retornou A Curitiba. (Retornou para Curitiba)


2. A combinação de outras preposições com A (para a, na, da, pela, e com a, principalmente) indica se o A ou o AS deve levar crase.


Emprestou o carro À filha.(para a filha)
O rapaz estava ÀS portas da morte. (nas portas da morte)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Preso por não saber ortografia!

Os fatos que seguem não são novidades. Graças a erros de grafia, alguns infratores já foram presos. E o que é mais grave: muitas empresas deixaram de selecionar determinados candidatos que, durante a seleção, revelam desconhecimento das regras básicas de ortografia. 





Afogaram o MAS!

Apesar de professores frequentemente chamarem a atenção de seus alunos para o uso de MAS e MAIS, é comum encontrarmos textos em que as pessoas demonstram confusão na hora de utilizar esses dois termos. Recentemente, por exemplo, circulou pelo Facebook o seguinte texto:
Observe que, em vez de usar MAS,o autor fez a opção pelo de MAIS.
Devemos usar MAS para estabelecer a ideia de contradição. Segundo Irandé Antunes, a relação de oposição ocorre quando a expectativa gerada pela informação anterior é rompida pela informação seguinte. 
Em caso de dúvida, substitua o MAS por PORÉM.

Afogar as mágoas é bom, PORÉM afogar quem as causou é melhor ainda.

Comprimidos aliviam a dor, PORÉM só o amor alivia o sofrimento.

Agora observe o texto abaixo:
No exemplo acima, a opção por MAIS foi acertada, pois o termo indica intensidade. Em caso de dúvida, troque-o por MENOS (NUNCA MENAS!).  Se for possível a troca, use MAIS.

1. Use vírgula antes de MAS: Dedicou-se ao marido, MAS o ingrato a abandonou.

2. Não existe vírgula, no entanto, depois da conjunção MAS. A única exceção ocorre com orações intercaladas. 

Acreditava que sua dedicação ao marido era suficiente. Mas o ingrato a abandonou.

Acreditava que sua dedicação ao marido era suficiente. Mas, sem que ela esperasse, o ingrato a abandonou.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Site oficial de Chico Buarque - Imperdível!

www.chicobuarque.com.br
Quem gosta de MPB sabe que Chico Buarque é sem dúvida um dos maiores compositores. Costumo dizer que todo brasileiro tem o dever cultural de, no mínimo, parar e ouvir uma das músicas de chico e procurar se deliciar com o uso que ele faz da linguagem e principalmente perceber a capacidade do artista de transformar o prosaico em poesia, em arte. 
Neste período de férias, não deixe de visitar o site oficial de Chico Buarque. Lá está todo cancioneiro, com notas importantes sobre as letras e mudanças exigidas pela ditadura brasileira. Além disso, o internauta também conhecerá um pouco da literatura e da produção teatral e cinematográfica do compositor. O site oferece a oportunidade de se fazer o download de algumas partituras.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TrezentOs gramas de queijo!

O uso da palavra grama no masculino sempre causa estranheza em muitas pessoas. Não aguento mais ser indevidamente corrigido. Juro que já pensei em ceder e adotar a forma errada, pelo menos, na padaria:

- Por favor, trezentos gramas de queijo prato!
- Trezentas, é? – Diz a atendente.
- Sim. – Respondo desconfiado.

Grama é uma palavra que pode ser usada no masculino ou no feminino, mas com sentidos bem diferentes.

No masculino, indica unidade de medida de massa, peso. Deve-se, portanto, dizer:

Comprou dois gramas de ouro.
Comeu duzentos gramas de bolacha.

Já, no feminino, a palavra grama significa relva, gramado.

Passou a tarde deitado na grama do jardim.
A grama do estádio parecia um tapete verde.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Comentário sobre os temas da UPE tradicional 2012.

Excelentes os temas ofertados pela UPE em seu vestibular tradicional 2012. Certamente os feras ficaram felizes com isso.


Tema 1

"Alcoolismo: um problema de família ou social."

Provavelmente a maioria dos feras optou por esse tema. Seria importante que o candidato em sua dissertação reafirmasse a ideia de que o alcoolismo é um mal de responsabilidade tanto familiar como social: familiar porque, muitas vezes, é sob o olhar e conivência dos pais que muitos jovens começam a consumir bebidas alcoólicas e também pelo fato de que é também a família que sofre primeiramente, através das manifestações da violência doméstica, as consequências do alcoolismo; social porque estamos em uma sociedade que agrega ao álcool valores positivos como alegria, amizade, sensualidade, prazer, basta observarmos as campanhas de algumas marcas de cervejas. Além disso o acesso à bebida alcoólica é muito fácil. Hoje o alcoolismo é considerado um problema de saúde pública.

O segredo da abordagem é não centrar a responsabilidade e as consequências apenas na família nem apenas na sociedade.

Tema 2

"A construção da identidade num mundo globalizado", trazia parte do poema de Carlos Drummond de Andrade, "Eu, etiqueta". 

O tema 2, exigia do aluno, uma reflexão de natureza mais filosófica, o que não proporcionava maiores dificuldades. Falar sobre identidade em um contexto globalizado é falar sobre consumismo, padronização de comportamentos, ou seja, em desaparecimento das identidades. Teria sido importante que o fera, ao abordar o tema, apontasse como os interesses do sistema capitalista e da cultura de massa interferem nessa questão. TER para SER é a máxima para se firmar nesta sociedade globalizada. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

ESTÁ OU ESTAR?

Muitas pessoas ficam em dúvida na hora de usar ESTAR ou ESTÁ, assim como VER e VÊ, DAR e DÁ, LER e LÊ, CRER e CRÊ.  Essa dúvida, segundo estudiosos, ocorre devido ao hábito que o brasileiro tem de omitir, na fala informal, o R do final dos verbos e só acontece em verbos em que a terceira pessoa do singular do presente do indicativo é semelhante à forma do infinitivo.

A Presidenta Dilma está disposta a negociar a dívida. (3ª pessoa do singular do verbo estar)

A Presidenta Dilma parece estar disposta a negociar a dívida. (infinitivo)

Socorro imediato!

Para se livrar da dúvida, substitua o verbo por outro que não tenha a terceira pessoa do singular do presente do indicativo semelhante à forma do infinitivo: DIZER/DISSE, IR/VAI, QUERER/QUER.

Observe:

A Presidenta Dilma VAI disposta a negociar a dívida. (ESTÁ)
A Presidenta Dilma parece IR disposta a negociar a dívida. (ESTAR)

Outros exemplos:

Ela bons livros. (Quer)

Por ler bons livros, ela escreve bem. (Querer)

O padre sempre pão aos pobres. (Quer)

O padre sempre gosta de dar pão aos pobres. (Querer)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tipologia textual - exposição e argumentação.



Na postagem anterior sobre tipologia textual, vimos que as sequências composicionais expressam os objetivos sociocomunicativos do autor. vimos também a diferença entre narrar e descrever. hoje vamos analisar mais dois tipos textuais:o expositivo e o argumentativo ou opinativo.

Observe os dois textos sobre o mesmo tema:

TEXTO 1 
O culto à beleza corporal vem da Grécia Antiga. Artistas como Fídias (490-430 a.C.) usavam o cinzel e a pedra para criar obras-primas como a escultura da deusa Atena. A beleza, na Grécia, era vista como reflexo da simetria. "O belo surge, pouco a pouco, de muitos números", afirmava Policleto de Argos (480-420 a.C.), um dos mais notáveis escultores gregos. "A beleza não consiste nos elementos, mas na harmoniosa proporção das partes; de um dedo a outro; de todos os dedos ao resto da mão; de cada parte a outra", dizia Galeno (131-210 d.C.), um dos pais da medicina romana. A ideia de beleza corporal como simetria, da Antiguidade clássica, atravessou a Idade Média. Santo Agostinho (354-430) definia beleza como "a proporção entre as partes acompanhada de certa doçura de colorido". Essa ideia chegou à Renascença e pode-se dizer que continua valendo até hoje. (Revista Época)

 TEXTO 2
A realidade tem se mostrado cada vez mais estereotipada. A liberdade de ser quem se é tem sido comprometida por padrões estéticos que "selecionam os mais aptos". O cumprimento desses padrões deixa implícita a necessidade de participação e inclusão na sociedade. Logo, a busca pelo corpo perfeito não é questão de bem-estar pessoal, vai além. É a ilusória recompensa de ser o melhor, não para si, mas para o outro. No século da ditadura da magreza e dos padrões arianos de estética, o espelho social está sempre a distorcer a imagem refletida, ocasionando a insatisfação de si e a obsessão por uma errônea perfeição. Bem-vindo à era do corpo como embalagem.  ( Giovanna Betine)
No texto 1, o autor apenas teve a preocupação de transmitir para o leitor dados (no caso, histórico) a respeito do seu referente - o culto a beleza, eximindo-se da apresentação de seu ponto de vista. Com isso, percebe-se que seu objetivo sociocomunicativo foi ampliar o conhecimento do leitor através da transmissão de saberes. Trata-se, portanto, de um texto do tipo EXPOSITIVO.Usamos esse tipo de discurso  para esclarecer um conceito, apresentar um  problema e suas possibilidades de solução,  analisar diferentes explicações  e implicações de um fenômeno. O contrato comunicativo do discurso expositivo  se baseia no  valor de verdade  e  na  validade das explicações apresentadas, considerando o mundo “real” compartilhado pelos  interlocutores. As sequências expositivas estão presentes em textos científicos e didáticos, bulas, notícias jornalísticas, verbetes de enciclopédias, monografias, seminário

Já no texto 2, a autora apresenta seu ponto de vista acerca do tema, estabelece um juízo de valor (A liberdade de ser quem se é tem sido comprometida por padrões estéticos que "selecionam os mais aptos"). Assim, pode-se afirmar que o objetivo sociocomunicativo da autora foi defender uma opinião, através de argumentos. Trata-se, portanto, de um texto do tipo ARGUMENTATIVOArgumentar é tornar algo verossímil, a partir da lógica interna do próprio discurso. Daí a necessidade de construir, na  linguagem e pela linguagem, o “efeito de  verdade”, que depende da organização do  discurso e do uso de provas e estratégias eficazes para convencer o interlocutor Diferentes gêneros de textos do domínio jornalístico (cartas de leitor, artigos de opinião, editoriais, charges, cartuns), jurídico, político, filosófico, religioso, didático (dissertação de vestibular), acadêmico (debate,tese, por exemplo, publicitário fazem uso do discurso argumentativo.    

Mais uma sugestão de tema para o vestibular.

Por definição: o “jeitinho” brasileiro representa, em uma expressão de fácil entendimento, a malandragem histórica do nosso povo. Malandragem com a qual temos contato desde pequenos e ouvimos constantemente nos meios de comunicação e, indiretamente, presenciamos nos atos das pessoas. Há quem tenha orgulho do “jeitinho”, que por ser tão comum, até prefiro omitir as aspas. No entanto, a idéia do malandro está associada à esperteza, como se houvesse algo de esperto em dizer “odeio político ladrão, mas se estivesse no poder, também roubaria”. O cidadão heroicamente afirma que tem orgulho de ser brasileiro e por isso naturalmente faz uso do jeitinho, mas não percebe que esta “marca nacional” é uma das impulsoras do nosso regresso.
Esses dois últimos anos foram marcados pela corrupção explícita. A dúvida que fica é se vamos assistir a mais momentos corruptos ou se veremos esse câncer se extinguir. (Adriano Senkevics)

Após ler os textos acima, produza um texto dissertativo sobre o tema:

Maior desafio do jovem brasileiro: construir uma sociedade ética, solidária  e justa.

domingo, 27 de novembro de 2011

Primeiras Estórias - Pontos importantes para UPE tradicional.


1. Primeiras Estórias reúne 21 contos, nos quais encontramos um grande trabalho inventivo com a linguagem, o que para muitos estudantes se torna um obstáculo. Provavelmente, a palavra primeiras relaciona-se com o fato de serem esses pequenos contos a primeira experiência do autor nesse tipo de texto narrativo.


2. Como em toda obra de Guimarães Rosa, Primeiras Estórias é inovadora: a maneira de narrar, enredos abordados de modo inusitado, linguagem reinventada, personagens complexas, temática que transcende o prosaico e ganha dimensão filosófica.

3. Ao ler os contos, o leitor de Primeiras Estórias entra em contato com temas como sentido oculto da existência, crescimento espiritual por meio de experiências amorosas, vida como aprendizado, sensibilidade extraordinária manifestando-se pela loucura e pela ingenuidade infantil, vida como predestinação, limites entre bem e malSão narrativas preocupadas em tematizar, simbolicamente, os segredos da existência humana.

4. A obra aborda as diferentes faces do gênero conto: a psicológica, a fantástica, a autobiográfica, a anedótica, a satírica, vasadas em diferentes tons: o cômico, o trágico, o patético, o lírico, o sarcástico, o erudito, o popular. As estórias captam episódios aparentemente banais.

5. Contos cujo narrador está em  pessoa: Famigerado,  A Terceira Margem do Rio, Pirlimpsiquice,  O Espelho,  O Cavalo que bebia cerveja,  Luas-de-mel, A Benfazeja, Darandina, Tarantão- meu patrão...

6. Contos com narrador em 3ª  pessoa: As Margens da Alegria, Sorôco, sua mãe e sua filha, A Menina de Lá, Os Irmãos Dagobé, Nenhum, nenhuma, Fatalidade, Sequência, Nada e a nossa Condição, Um Moço Muito Branco, Partida do Audaz Navegante, Substância, Os Cimos.

7. Em geral, os protagonistas ou são crianças (As margens da alegria; A menina de lá; Partida do aldaz navegante), ou loucos (Sorôco, sua mãe, sua filha; A Benfazeja; Tarantão, meu patrão) , ou estão à margem da sociedade. São seres portadores de alguma “excepcionalidade”, se comparados com o mundo “normal”.
“Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou  alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente... E então ?”  —  (O Espelho).
Famigerado

Um médico estava em casa quando chegam quatro cavaleiros, dos quais um “não tinha cara de ser muito amigo”. Apesar do medo, crente que se tratava de um jagunço, o médico pergunta qual a razão da visita. O sujeito se identifica e confirma a suspeita do médico. Numa conversa lenta, entrecortada, o homem explica que desejava saber o significado da palavra “famigerado”, que um funcionário do Governo lhe dissera. Como ninguém soubera explicar-lhe, acreditava que o doutor soubesse fazê-lo. O médico, com ares de culto, diz que o significado seria próximo de “notável” ou “célebre”. O famigerado pede maiores explicações e o médico continua a acrescentar sentidos positivos para a palavra. O jagunço, satisfeito, dispensa os homens que trouxera de testemunhas e parte feliz. O final é um anti-clímax, já que tudo termina bem depois do clima de suspense de toda a narrativa. O médico não mentiu: ele apresentou uma das interpretações possíveis para a palavra famigerado, mas não citou aquela que é a mais comum: bandido.

Sorôco, sua mãe, sua filha.
Um trem com  um vagão especial espera na estação para levar a mãe e a filha de Sorôco para o hospício em Barbacena. Com sua melhor roupa, o homem traz as duas pelo braço. Uma multidão vem acompanhar esse triste espetáculo, mas todos tentam respeitar a dor de Sorôco. Inusitadamente, ambas começam a cantar uma canção que ninguém compreendia. Sorôco nem tem coragem de olhar para o trem quando este parte. De repente, tomado pela dor, passa a cantar a mesma canção de suas familiares. Toda a comunidade ali  principia a cantar também e a acompanhar Sorôco.

A terceira margem do rio.

Um filho narra a estória da decisão do pai que abandona a família para morar na terceira margem do rio. Este manda fazer uma canoa, despede-se de todos e parte. A esposa diz: “Cê vai, ocê fique ,você nunca volte!”. Qual a razão da partida?  Ninguém sabe. O filho furtava comida para levar ao pai até um local onde ele pudesse apanhá-la. A mãe facilitava essa artimanha do filho. A mulher, inconformada, chamou padre, soldados, jornalistas,  para ver se conseguiria convencer o marido a parar com tal atitude. O pai fica longe e perto da família... A filha se casa e não quer saber de festejos. O neto nasce, mas ele não aparece para vê-lo. A irmã do narrador se muda. O narrador, cada vez mais, se parece com seu pai. Já velho, o narrador decide tomar o lugar do pai, que deixa a entender que aceita a troca. Mas o narrador, tomado pelo medo, foge dessa incumbência. O conto termina com o pedido do filho para que o coloquem numa canoa rio abaixo, quando morrer.
Especial sobre Guimarães Rosa

Uma prova bobinha - presente para feras que sabem, pelo menos, ler um texto simples!


Hoje a COVEST apresentou questões discursivas fáceis, que objetivaram avaliar a competência leitora dos feras. Apenas uma ressalva: a primeira questão, sobre coerência, pecou apenas por apresentar itens que basicamente se repetiam nas respostas, visto que o candidato, para explicar a incoerência, já estaria indicando a conclusão dele sobre o texto. Isso deve ter deixado o fera meio ansioso, com receio de não ser repetitivo. Acredito que, com apenas uma questão, os elaboradores poderiam obter do aluno tudo o que queriam avaliar sobre o texto de Dimenstein.




a) A conclusão do leitor é incoerente, pois contradiz a ideia central de que a falta de fiscalização da sociedade e a conivência de alguns setores de elite são causas da corrupção.
b) Segundo Gilberto Dimenstein, a não fiscalização da sociedade e a conivência de alguns setores de elite promovem a corrupção, a qual não está restrita apenas ao governo.


a) A ideia consensual apresentada pelo autor é a de que apenas o governo é corrupto e que a sociedade é apenas vitimada por essa corrupção.
b) O autor discorda da ideia de que corrupção só existe no governo, mostrando que está presente em diversos setores privados, sob a conivência e omissão da sociedade.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Humor no vestibular - Novas discursivas!


Neste conjunto de questões discursivas para a prova de Português 1, vamos trabalhar com textos humorísticos.
A palavra humor nos remete à ideia de comicidade, de riso e descontração. Nos textos, o humor se estabelece através da ruptura das expectativas geradas pela situação retratada; é essa aparente incoerência que nos conduz ao riso. Na maioria das vezes, o objetivo de divertir, tão característico desse tipo de texto, é superado pela intenção de crítica do autor.
Os textos humorísticos aguçam o raciocínio, a capacidade de ler as entrelinhas e de perceber ambiguidades. Para compreender qualquer piada, é necessário ao leitor “mover-se” de certa forma no texto, já que as piadas operam com ambiguidades, sentidos indiretos, implícitos.
Veja algumas observações sobre alguns gêneros textuais humorísticos:
O gênero tira de humor faz parte da linguagem gráfica publicada nas colunas jornalísticas. Sua linguagem apresenta semelhanças e diferenças com as charges e os cartuns na maneira de abordar assuntos polêmicos da vida social. Enquanto a charge tem como alvo as mazelas sociais de expressão datada, representando de forma crítica as celebridades do mundo da política, dos esportes e do cenário artístico, o cartum trata de temas mais universais atacando problemas relacionados aos valores e atitudes dos seres humanos, diante de determinadas situações no cotidiano. A abordagem dos temas tratados pelos cartuns ultrapassa o seu tempo; ele pode ser lido em uma época mais distante do seu contexto de produção, visto que sua formulação estabelece críticas de teor mais genérico que se estendem aos diferentes grupos. Observamos que as tiras abordam os fatos sociais de uma forma bem próxima à dos cartuns, não deixando, contudo, em muitos momentos de focalizar acontecimentos situados em uma dada época. É o caso de Quino, que no período da ditadura militar na Argentina, lançou uma série de tiras que tinha uma relação intrínseca com os fatos ocorridos naquele momento histórico.
(José Ricardo Carvalho da Silva -O GÊNERO TIRA DE HUMOR E OS RECURSOS ENUNCIATIVOS QUE GERAM O EFEITO RISÍVEL)
Além desses, ainda temos a anedota, que é uma  breve história, de final engraçado e às vezes surpreendente, cujo objetivo é provocar risos ou gargalhadas em quem a ouve ou lê.

Analise as questões abaixo:
1. Veja o texto abaixo:
Dois amigos de infância se encontram na fila do banco:- Nicolau! Há quanto tempo!

- É mesmo, cara... Desde o ginásio...

- E aí, o que você tem feito da vida?

- Ah, eu virei escritor...

- Sério? Que legal! E aí, já vendeu alguma coisa?

- Já... Até agora vendi a TV, o som, o telefone... Quer comprar um Chevette 78?
Elabore um comentário através do qual você explique a construção do humor no texto acima e que estereótipo o texto sinaliza.

2. Observe o texto a seguir:
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Quando se fala de construção de humor em textos, refere-se à quebra de expectativas ou ruptura da lógica que provavelmente as sequências textuais sinalizaram no decorrer da leitura.
Com base nisso, explique o jogo de expectativas responsável pelo humor do texto acima.

3. Analise a charge a seguir:

Considerando os aspectos verbais e não-verbais, construa um parágrafo no qual você expresse suas inferências  sobre a charge de Ivan Cabral.






quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Novas questões discursivas sobre linguagem.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mais dicas para a prova de Português 1 - (Parte 2) Preconceito linguístico, variações e níveis da linguagem.


Em outras edições do vestibular, a COVEST ofereceu questões que abordavam aspectos referentes às variações e níveis da linguagem, o que pode acontecer nesta edição. Os candidatos foram levados a discutir conceitos como adequação linguística, interlocução, normatividade gramatical. 

O primeiro cuidado que o fera deve  ter, nessas questões, é o de não estabelecer comentários que possam ser considerados manifestações de preconceito linguístico. Para isso, evite julgamentos sobre usos linguísticos baseados em conceitos de certo e errado, a menos que você seja convocado a avaliar o emprego das regras gramaticas. Caso não seja esse o propósito da questão, prefira utilizar o conceito de adequação linguística, que consiste em sintonizar o uso que se faz da língua com o tipo de situação comunicativa, a relação de hierarquia entre os usuários, o perfil (idade, escolaridade) dos interlocutores, o gênero textual. Se não há essa sintonia, o uso torna-se inadequado. Há quem compare tudo isso ao ato de escolher uma roupa para as várias situações do cotidiano: ninguém coloca um terno para ir à praia.
É válido também lembrar que cada comunidade tem sua própria forma de se expressar. No Brasil,  por exemplo,  cada região  tem sua maneira de usar a língua. Um carioca fala diferente do pernambucano, que fala diferente do gaúcho,  e assim por diante. Não há uma variante linguística melhor que a outra, todas são igualmente importantes e representativas da cultura das comunidades que as falam. A norma padrão, chamada erroneamente de norma culta,não pode ser considerada como sinônimo de língua certa. Essa variante é apenas a de maior prestígio social e a que é comumente utilizada nas esferas oficiais. Por isso, quando rimos de um caipira que fala “a gente truxemos uma novidarde procê”, estamos agindo com preconceito linguístico, pois julgamos nossa forma de usar a língua superior a do outro. Cada povo não só pode, como deve, preservar sua forma de se comunicar dentro de sua comunidade, pois essa fala o representa, ela é parte determinante do que se é.


Veja algumas questões da COVEST sobre o tema:

(COVEST – 2010) “De fato, há certa tensão entre as regras das gramáticas prescritivas e os usos que nós, falantes, fazemos da nossa língua; e não é raro que esses usos vão de encontro às regras preestabelecidas. Mas uma coisa é certa: na concorrência entre essas regras e os usos, são estes que acabam por prevalecer”. Isso pode ser visto em relação, por exemplo, à regência do verbo ‘assistir’.
Apresente um outro exemplo que demonstre a tensão a que o texto se refere e, a partir daí, posicione-se – em um comentário de 5 linhas – quanto à validade e à relevância das idéias apresentadas nesse trecho.

(COVEST- 2009) Analise os dois quadrinhos da tira abaixo: 
Clique na imagem para ampliar. 
Explique, em um texto de aproximadamente cinco linhas, por que a mesma pessoa, nas  duas situações de comunicação, usou formas de discurso diferentes.  



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dicas para a prova de Português 1 (Parte I).

Mal acabou um vestibular já é hora de pensar no próximo. Vida de fera é mesmo difícil. Aposto que muitos irão se identificar com a foto ao lado. 
Hoje vamos ver algumas dicas para a prova de PORTUGUÊS 1. como sei que você está cansado, resolvi dividi-las em partes. Durante a semana trarei outras para assegurar sua vitória no vestibular.

A prova de Português 1 apresenta 2 questões discursivas que devem ser respondidas com bastante atenção pelo candidato. Procure ler o enunciado atenciosamente para poder perceber exatamente o que está sendo exigido. Além disso, seja objetivo em suas respostas, use vocabulário preciso, respeite a norma padrão da língua.

Veja algumas orientações importantes:
1. caso a Covest proponha a análise de uma charge, tenha o cuidado para não descrever em vez de interpretar. A banca deseja avaliar a capacidade interpretativa do fera. Dessa forma, procure verificar se sua resposta corresponde a estas perguntas: qual o tema da charge? Que ponto de vista o autor expressa? Lembre-se de que a charge é um texto através do qual o autor aborda aspectos sociais. É importante considerar os elementos verbais e não-verbais. Nesse gênero textual, o não-verbal completa o verbal;
3. é possível também que uma das discursivas aborde a ambiguidade ou duplo sentido. Nesse caso, analise o que está provocando a duplicidade de sentido: pronome com mais de um referente (O rapaz levou o idoso para seu apartamento.), palavras polissêmicas descontextualizadas (O homem comprou balas no centro da cidade.); expressões deslocadas indevidamente (Condenaram a campanha contra a violência do governo.)
4. analise atentamente as relações de sentido existentes entre orações e períodos, caso o tema da questão seja coesão textual sequencial. Comumente é solicitado que o candidato una períodos ou orações e ainda substitua conectivos por outros equivalentes. Recorde-se de algumas relações de sentido e os conectores que as explicitam:
Relação de sentido
Principais conectores
Circunstância expressa por esse tipo de oração
Exemplo
Causa
Como, uma vez que, porque, já que.
Indica a causa que provoca o fato expresso na oração principal.
Como choveu muito, não fui ao jogo.
condição
Se, a menos que, desde que, contanto que.
Exprime a condição necessária para a ocorrência do fato referido na oração principal.
Se não chover, irei ao jogo.
Conformidade
Como, conforme, de acordo com.
Estabelece o modelo (ou a forma) de acordo com o qual ocorre o fato expresso na oração principal.
Ele agiu como manda o regulamento.
Oposição (adversidade)
mas, contudo, entretanto, porém, no entanto, todavia.
Manifesta-se quando a expectativa  levantada no primeiro enunciado não é mantida.
A educação básica é a grande prioridade nacional, mas o tema que ocupa os jornais é o ensino superior.
Oposição (Concessão)
Embora, mesmo que, ainda que, apesar de, conquanto.
Exprime um fato que poderia impedir o fato da oração principal, mas não o impede.
Ainda que chova, irei ao jogo.
Finalidade
Para que, a fim de que, que.
Exprime o objetivo do fato da oração principal.
Para que você me ouça bem, gritarei.
4. não se esqueça de que o sentido de uma palavra só pode ser percebido no contexto(situação comunicativa) no qual ela está inserida.


Aguarde mais dicas durante a semana!